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Brasil é o sexto em ranking de países mais multados pela Fifa por homofobia

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Brasil é o sexto em ranking de países mais multados pela Fifa por homofobia
Foto: Agência BrasilEntidade puniu seleções durante as eliminatórias em R$ 4,3 milhões, segundo a “Folha de S. Paulo”.

A Fifa arrecadou mais de R$ 4,3 milhões em multas por causa de gritos homofóbicos durante as eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, de acordo com a edição desta quarta-feira do jornal “Folha de S. Paulo”. O Brasil, que foi punido cinco vezes por causa deste problema, foi o sexto lugar no ranking de quem mais pagou multas. O Chile lidera (veja abaixo).

Entre os 10 países mais punidos por gritos homofóbicos contra adversários, nove ficam na América Latina (apenas a Grécia, em oitavo lugar, não fica no continente). Os chilenos receberam 10 multas e pagaram à Fifa um total de R$ 794 mil. A Argentina aparece em segundo lugar, seguida por Honduras, México e Peru. Em sexto, o Brasil foi punido por cinco vezes e pagou R$ 336 mil em punições.

Brasil é o sexto em ranking de países mais multados pela Fifa por homofobia
Foto: Arte Gay1Dados da “Folha de S. Paulo”.

O repórter Marcos Uchôa, da TV Globo, durante uma participação sobre o tema no SporTV, lembrou que o Brasil é um dos países com maior número de mortes violentas no mundo, incluindo casos de violência contra pessoas LGBT. Em levantamento do Grupo Gay da Bahia (GGB), 445 pessoas foram assassinadas em 2017 por motivos de LGBTfobia. Na opinião do jornalista, as “brincadeiras” homofóbicas acabam levando à violência. Por isso, também é preciso combatê-las.

“Essas coisas não são brincadeiras. O Brasil mata 60 mil pessoas assassinadas por ano, são números parecidos com os da guerra da Síria. A maioria das pessoas vítimas são negras, jovens. A brincadeira do racismo tem muito mais graves. A gente também mata muitas pessoas gays no Brasil. É muito grave o problema. Começa na brincadeira e acaba no assassinato. Então vamos parar com a brincadeira, com a piada de mau gosto”, disse Uchôa, em participação no “Redação SporTV”.

No mesmo programa, o editor de Esportes dos jornais “O Globo” e “Extra”, Márvio dos Anjos, diz que as “brincadeiras” não podem ser permitidas com o argumento de que todas as pessoas têm o direito à liberdade de expressão.

“É um debate muito interessante. Eu me considero um defensor da liberdade de expressão mais ampla possível. Mas há um sentido ali que acaba abraçando todo mundo. O futebol tem isso, promove um vácuo de caráter na pessoa. As coisas que você faz no estádio são coisas que você não faria em casa. Sempre me impressionou, quando eu vejo jogos na Inglaterra, que você tenha cartazes no estádio dizendo que nenhum tipo de canto ofensivo é permitido. Isso no país do liberalismo. Então é de se pensar o papel do futebol para civilizar as pessoas, conseguir mostrar que não pode ser legal esse tipo de manifestação”, disse Márvio dos Anjos.

A CBF foi punida por gritos homofóbicos nas partidas contra Colômbia, Bolívia, Paraguai, Equador e Chile. Os chilenos, que foram multados 10 vezes, ainda foram punidos com a suspensão do estádio Nacional de Santiago por dois jogos.

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