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‘Tratada pior do que um cachorro’, diz transexual ofendida após usar banheiro

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'Tratada pior do que um cachorro', diz transexual agredita após usar banheiro
Foto: Reprodução/FacebookKiara Vellano Dasmaceno prestou denúncia na delegacia da Barra.

A transexual Kiara Vellano Damasceno, de 27 anos, contou em entrevista nesta quinta-feira (29), que se sentiu muito constrangida ao ter sido ofendida por funcionários de uma unidade do hipermercado Bompreço, no bairro da Barra, em Salvador.

O caso ocorreu na segunda-feira (25) e foi registrado na Polícia Civil no mesmo dia. Ela relata que estava com o marido e fez compras no estabelecimento. Depois usou o banheiro feminino e foi chamada de “viado” por alguns funcionários.

“Nunca aconteceu isso comigo. Eles me humilharam em público e me discriminaram. Eu fui tratada pior do que um cachorro vira-lata”, disse Kiara.

Por meio de nota, a direção do Bompreço afirmou que “o respeito ao indivíduo faz parte dos valores da empresa, que não admite nenhuma forma de preconceito. O fato está fora dos procedimentos habituais da organização e os fatos serão apurados internamente”.

'Tratada pior do que um cachorro', diz transexual agredita após usar banheiro
Foto: Juliana AlmiranteCaso ocorreu em uma unidade do Bompreço na Barra, em Salvador.

Kiara relatou que após ter usado o banheiro feminino, um funcionário a abordou falando que não deveria usar o local porque seria um homem. “Quando ele abordou foi super ignorante. Ele disse: ‘Você acha certo isso? Você é homem, você é viado, deveria usar banheiro masculino’”, conta.

O funcionário teria se juntado a outros dois colaboradores, que continuaram a ofendendo, chamando também de “viado”. Kiara diz que os clientes da loja se aglomeraram para olhar a confusão e apoiaram ela.

“Foi horrível demais. Foi um constrangimento total. A loja inteira parou. Pedi para chamar gerente e ninguém chamou. Quando eu tentei filmar, uma funcionária disse que ia me levar ao gerente. O gerente conteve eles [funcionários], porque queriam me agredir”, afirmou Kiara.

A transexual diz ainda que o gerente do mercado também questionou porque ela usou o banheiro feminino. “O gerente veio me perguntar se tinha alguma lei para usar o banheiro feminino e se meu nome ‘Kiara’ estava no meu documento. Eu respondi: ‘Como o gênero e a orientação pessoal importam para a empresa?’”, contou.

Kiara prestou depoimento na 14ª Delegacia Territorial, na Barra, na quarta-feira (27). A titular da unidade policial, Carmen Dolores, disse que o caso deve ser investigado como injúria. Ela notificou o Bompreço para que identifique os funcionários envolvidos, que devem prestar depoimento na próxima semana. Também foram solicitadas imagens das câmeras de segurança do estabelecimento.

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