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Você sabe o que é beijo-grego e como fazer?

Apesar de prazeroso, o beijo-grego ainda é cercado de tabus e preconceitos.

Apesar de prazeroso, o beijo-grego ainda é cercado de tabus e preconceitos. (Foto: Getty Imagens)
Apesar de prazeroso, o beijo-grego ainda é cercado de tabus e preconceitos. (Foto: Getty Imagens)
O que para alguns é tido como prática proibida, para outros é uma alternativa interessante de obter prazer. Praticado numa região do corpo com muitas terminações nervosas, o beijo-grego, também conhecido como anilingus ou cunete, é um estímulo poderoso ao orgasmo.

Mas mesmo com essa possibilidade de prazer, o beijo-grego ainda é um assunto delicado até no meio LGBT. Primeiramente, afirmam os especialistas, por conta do local dos estímulos orais. Da mesma forma que o sexo anal enfrenta esse tipo de preconceito.

“É um tabu porque tudo o que é diferente gera uma ideia de proibição na sexualidade, um preconceito. Tudo o que está ligado ao ânus traz essa ideia do pervertido, que é ligado à prostituição, ao errado. O beijo e as demais brincadeiras ligadas ao ânus carregam uma conotação negativa”, explica Celso Marzano, urologista, sexólogo e terapeuta sexual, autor do livro “O Prazer Secreto” (Editora Éden).

Por outro lado, de acordo com o especialista, esse tipo de carícia estimula uma fantasia muito intensa entre os parceiros, justamente pela ideia da proibição. Em outras palavras: ninguém quer assumir que gosta de beijos e lambidas na região do ânus, mas na liberdade proporcionada por quatro paredes o que acontece é justamente isso.

O grande problema dessa abordagem hipócrita é que ela abre espaço para a desinformação sobre os cuidados necessários para um beijo-grego seguro. “O que a gente sempre indica é fazer a higienização cuidadosa do local, para ter o mínimo de resíduos, antes de começar qualquer carícia. Mas é importante lembrar que o ânus nunca vai ficar cem por cento limpo, já que é uma região com muitas bactérias”, pontua a sexóloga Elaine Pessini. “Alguns fazem lavagens com duchas higiênicas, que limpam bem a região, mas o uso frequente delas não é recomendado”, completa a especialista.

Mesmo livre de resíduos aparentes, o ânus vai continuar tendo secreções que podem causar algum tipo de infecção bacteriana. Segundo Marzano, quem aprecia esse tipo de carícia não está imune a algum tipo de DST, como herpes e HPV.

Como fazer?

Para evitar mais riscos, o beijo-grego deve ser praticado sempre antes da penetração anal e nunca depois. Diferentemente da língua, o pênis e os vibradores estimulam a liberação de secreções inadequadas para contato no sexo oral.

Existem algumas camisinhas específicas para o sexo oral. Porém, elas são mais difíceis de serem encontradas e também comprometem inegavelmente parte do prazer na hora do beijo-grego. Também não dá para fingir que alguém com receio em relação à limpeza da região vá ficar confortável e relaxado para desfrutar da prática. A saída aí é o casal procurar outro tipo de fantasia.

“É importante lembrar que as camisinhas só protegem a língua, e não a boca como um todo, então o perigo continua existindo. Com os devidos cuidados, é uma região que pode receber o oral sem problemas, tornando-se uma alternativa a mais para o casal”, explica Marzano.

“Tem que existir a confiança no outro. É importante saber com quem você está se relacionando, para saber se permitir e sentir prazer na hora da carícia. Senão, vira algo forçado e arriscado, principalmente se você não sabe das condições de saúde daquela pessoa”, alerta Elaine.

No beijo-grego ou em qualquer outra prática na cama, as pessoas envolvidas devem conversar sobre desejos, fantasias, receios e vontades sem qualquer tipo de julgamento. Para o bem do prazer e da saúde de todos.

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