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Suspeitos de crime contra dentista morto em Uberlândia são presos

Por Palmira Ribeiro e Nathalie Guimarães

Suspeitos de crime contra dentista morto em Uberlândia são presos

Foto: Palmira Ribeiro

Trio suspeito de crime foi preso pela PM e apresentado em Uberlândia.

A Polícia Militar (PM) prendeu três jovens de 18, 27 e 28 anos suspeitos de envolvimento no assassinato do dentista Helton Ivo Botelho, de 36 anos. Em coletiva de imprensa na noite desta segunda-feira (14), o major da PM, Júlio Cesar, disse que o mais velho confessou que estrangulou o e matou o dentista após terem marcado um encontro pela internet.

“Na hora do programa eles se desentenderam, brigaram e o autor estrangulou a vítima. Depois contou com a ajuda dos outros dois para ocultar o cadáver e abandonar o veículo. Eles foram até a divisa do município (Uberlândia e Prata) e jogaram o corpo na beira do rio Tejuco. Em seguida abandonaram o veículo nas proximidades do Cidade Jardim”, explicou.

Os militares chegaram até os suspeitos após denúncia feita ao Ministério Público. A ação foi uma parceria da Promotoria de Crimes Contra a Vida, juntamente com a Patrulha de Prevenção e apoio da Polícia Militar.

Segundo o major da PM, o suspeito de matar o dentista foi encontrado em casa e apontou a participação dos outros dois jovens, além de ter indicado para quem havia vendido o celular da vítima. “Os outros dois inicialmente negam o crime. Mas o MP vai ouvi-los sobre este e outros casos que aconteceram na cidade. Não é possível descartar nem atribuir os outros crimes aos suspeitos”, afirmou Júlio Cesar.

O jovem que confessou o crime tem dois mandados de prisão em aberto no Paraná por roubo e tráfico.

Suspeitos de crime contra dentista morto em Uberlândia são presos

Foto: Reprodução/Facebook

Helton Ivo foi encontrado morto em Uberlândia.

Morte de dentista
O dentista de 36 anos desapareceu na quinta-feira (10) depois de sair de casa no próprio carro, que foi localizado no último sábado (12) pela polícia. O irmão da vítima, Joaquim Leonardo Botelho Cunha, contou que, apesar de morar sozinho, o irmão sempre comunicava onde ia.

O corpo da vítima foi encontrado no domingo (13), debaixo da ponte do Rio Tejuco, perto da MGC-455. Ele foi sepultado na noite desta segunda-feira (14), no Cemitério Municipal de Monte Carmelo. Nesta tarde, os parentes de Helton Ivo foram até a 16ª Delegacia de Polícia Civil para prestar esclarecimentos, mas nem eles e nem o delegado responsável pelo caso falaram com a reportagem.

Três casos em menos de um mês
Este é o terceiro caso de corpo encontrado em Uberlândia envolvendo gays. No dia 26 de outubro Guilherme Duarte Pagotto foi achado morto na mata na rodovia MGC-455. Antes, ele havia ficado desaparecido por dois dias depois de sair para um encontro marcado pela internet.

Sobre este caso, a Polícia Civil informou que tem várias linhas de investigação, mas a principal é latrocínio – roubo seguido de morte. As causas da morte ainda não foram identificadas, já que a perícia aguarda um laudo. Nenhum suspeito do crime foi preso.

Grupos LGBT estão apreensivos
Os casos recentes de violência contra gays têm assustado grupos e entidades representativas de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais em Uberlândia. Em 15 dias, três gays foram encontrados mortos, sendo dois deles com registros de desaparecimento dias antes dos corpos serem localizados. O mais recente foi no último fim de semana. O delegado regional Edson de Morais disse, por telefone, que apuração dos fatos será reforçada.

Por meio de nota, o Grupo de Apoio as Diversidades e a Integração Social (GADIS) declarou grande preocupação devido aos trágicos acontecimentos envolvendo gays e disse estar elaborando carta junto às demais organizações de defesa de Direitos para cobrar maior rigor na apuração dos fatos casos, para que não se tornem apenas estatísticas.

O departamento jurídico do Grupo Shama, que atua em defesa dos direitos humanos da população LGBT, e a Comissão de Direitos Humanos da OAB Uberlândia estão acompanhando as investigações.

A ONG também pretende trabalhar a conscientização por meio de campanhas, especialmente voltadas ao uso de redes sociais e aplicativos de relacionamento. “Pelo que tenho acompanhado, os casos podem ter ligação com encontros marcados por esses aplicativos e, quem sabe, se tratar de um mesmo grupo criminoso ou uma mesma pessoa. Então a gente precisa de uma campanha de conscientização”, disse o presidente da ONG Shama, Edmar Sierota.

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