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‘Não sei explicar essa obsessão’, diz suspeito de matar gays em Cuiabá

Jovem de 23 anos foi preso e confessou à polícia os homicídios.
Ele declarou que não está arrependido e diz que objetivo é roubar as vítimas.

Por Kelly Martins

Suspeito declarou que sempre teve curiosidade em matar gays (Foto: Reprodução/TVCA)Suspeito declarou que sempre teve curiosidade em matar gays (Foto: Reprodução/TVCA)
O jovem Francisco Rodrigues da Costa, de 23 anos, preso pela Polícia Civil pela suspeita de assassinar dois gays em Cuiabá, não se mostra arrependido pelos crimes. Sem restrições em falar sobre o assunto, na delegacia, o rapaz afirma que se trata de uma obsessão. “Não sei explicar essa obsessão em matar este tipo de pessoa [ homossexuais ]. Sempre tive curiosidade de como seria e vendo outros matarem, comecei a praticar também”, confessou.

A prisão do suspeito ocorreu na última sexta-feira (8) e, em depoimento ao delegado Walfrido Franklin do Nascimento, da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), ele confessou que o principal objetivo é roubar as vítimas. Francisco Rodrigues teria matado a facadas um homem de 37 anos, no dia 4 de março, cujo corpo foi encontrado em um terreno baldio do Bairro Coab Nova. Um casal que passava pela local foi quem acionou a Polícia Militar.

Declarou também que contou com ajuda de um comparsa para matar a vítima. Confessou ainda ser o autor de outro homicídio, ocorrido com o mesmo procedimento, em novembro de 2012, no bairro Boa Esperança. A vítima tinha 59 anos.

“Eu roubei e matei todos eles. E se eu sair e tiver alguém que fique correndo atrás de mim, eu mato de novo”, disse o jovem. O delegado Walfrido Franklin avalia que o suspeito possui um perfil frio e sente prazer nas mortes, conforme as declarações dadas por ele no inquérito aberto para apurar os casos.

O delegado observa também que o suspeito revelou que tem relação sexual com todas as vítimas antes de matá-las. “Ele diz que por elas [ vítimas] serem homossexuais também, facilitaria a ação criminosa por conseguir se aproximar delas mais facilmente e controlá-las”, frisou. Contudo, a Polícia Civil não descarta a possibilidade de homofobia.

Vítima foi morta a facadas e teve pés e mãos amarrados com um cinto de segurança (Foto: Reprodução/TVCA)Vítima foi morta a facadas e teve pés e mãos amarrados com um cinto de segurança (Foto: Reprodução/TVCA)
Ao ser questionado sobre o que sente em relação aos assassinatos, Francisco Rodrigues apenas declarou: “já morreram já. Agora é cabeça erguida, seguir para frente e fazer minha caminhada de novo. Só isso”.

Outros detalhes foram revelados por Francisco durante depoimento. Conforme o delegado, o jovem teria dito que já estava “flertando” com uma outra pessoa que, segundo ele, seria sua terceira vítima. O “diferencial”, apontou o delegado, é que o suspeito fez questão de declarar que está “aprimorando os assassinatos com requintes de crueldade”. “A informação que nos deu é de que as próximas vítimas seriam mutiladas, queimadas e enterradas, com intuito de dificultar o trabalho da polícia na localização do corpo”, frisou.

Dessa forma, a Polícia Civil busca identificar e localizar o segundo suspeito envolvido no assassinato, como apurar se há outras pessoas ligadas aos homicídios.

Brutal
Na manhã de terça-feira, do dia 5, o corpo da vítima foi encontrado com os pés e as mãos amarrados com um cinto de segurança. A arma do crime, uma faca, também estava no local. De acordo com o Instituto Médico Legal (IML), o home foi morto com três facadas e uma pancada na cabeça. O tênis que ele usava quando foi assassinado havia sido vendido em um ponto de venda de drogas.

A vítima estava em um veículo, que foi incendiado e encontrado pela polícia na mesma região. “Eles [suspeito e comparsa] roubaram os pertences da vítima e o carro. No caminho, o veículo foi incendiado e deixado próximo ao local do crime”, contou o delegado.

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