Espírito Santo

Jovem vai ao RJ com a mãe após tentar fugir com professora no ES

Elas se relacionavam há mais de 1 ano e as famílias não aceitavam.
No domingo (30), as duas tentaram fugir para SP e a polícia impediu.

Por Juirana Nobres

Adolescente tentou fugir com uma professora (Foto: Reprodução/TV Gazeta)Adolescente tentou fugir com uma professora (Foto: Reprodução/TV Gazeta)

A jovem de 17 anos que tentou fugir com uma professora, no domingo (30), foi levada para casa de parentes no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (1). Segundo a família, essa foi uma tentativa de “afastar a adolescente da confusão vivida nos últimos dias”. A advogada da professora informou que as duas mantêm um relacionamento há um ano e quatro meses e as famílias não aceitam a orientação sexual delas. “A minha filha precisa pensar em tudo o que aconteceu, fugir de toda essa história, vai ser melhor assim. Estamos aqui no Rio, onde pretendo ficar até o próximo domingo”, explicou a mãe da adolescente, a comerciante Suziany Rangel.

Na sexta-feira (28), a mãe da adolescente procurou a polícia para informar o suposto desaparecimento da filha. No sábado (29), a jovem entrou em contato com uma amiga e disse que estava com a companheira, mas não informou o local. No domingo (30), as duas tentaram embarcar em um ônibus com destino a São Paulo, na rodoviária Vila Velha. A polícia interceptou o veículo, a professora Stefani Correia foi detida, assinou um termo e liberada. A jovem, não identificada, foi levada para casa da família.

Famílias
O pai da adolescente, Fábio Gomes, é cabo da Polícia Militar e disse que não acredita em um relacionamento entre as duas jovens, mas negou ser preconceituoso. A advogada da professora confirmou, por telefone, a existência do caso entre as duas jovens e disse que a própria adolescente confirmou a história em depoimento a polícia.

Fábio disse que pensava em uma amizade muito forte, nada além disso. Para ele, o que aconteceu foi uma tentativa de rapto. “O nome disse é rapto sim. Ela tentou levar uma criança para outro estado sem o consentimento dos pais. A minha filha era inocente nesta história e não sabia o que poderia encontrar em São Paulo. Desde o momento que ela desapareceu, eu pensei em vários situações, sequestro, assalto e diversos outros crimes. Eu convivo com isso porque sou policial, foi muito difícil para mim”, explicou.

O pai diz que é evangélico e, por isso, não aceita a possibilidade de duas mulheres se relacionarem como um casal. “Esse é um assunto muito polêmico. Não me sinto preconceituoso, mas sigo os princípios da bíblia. Para mim, essas coisas são modernas demais e não entram na minha cabeça. Na minha opinião essa possibilidade não existe. Minha filha encontrou nesta professora uma amiga que dava mais atenção do que a nós, que somos pais. Nós pais deveríamos ficar mais atento a isso, senão podemos perder os nossos filhos”, disse o cabo Fábio Gomes.

A mãe da professora, Nanci Correia, disse que está feliz pela filha já estar em casa, mas sofreu muito nos últimos dias. “A minha filha é uma pessoa excelente. Durante os dias que ela ficou longe de casa foi muito desgastante. Mas todo mundo sabia do seu relacionamento. Agora, quero que tudo fique bem”, disse Nanci.

Viagem
De acordo com a advogada da professora de libras Stefani Correia, Gisele Daud Soeiro, sua cliente é tão responsável quanto a adolescente. A defesa diz que a professora e a jovem decidiram juntas irem para São Paulo. “Eu temia que durante o depoimento, a menor pudesse mudar a sua declaração, porque estava acompanhada da mãe, mas em nenhum momento isso aconteceu. Ela contou para a delegada que as duas estavam juntas há mais de um ano e que os pais não aceitavam esse relacionamento e por isso decidiu fugir. Os pais não podem culpar a professora, a diferença de idade das duas é de menos de três anos”, explicou a advogada Gisele Daud.

Inquérito
De acordo com a polícia, a professora de libras Stefani Correia vai responder criminalmente por ter induzido uma menor de 18 anos a fugir e pode pegar de um mês a um ano de detenção, se for condenada. Ela foi procurada, mas preferiu não se pronunciar.

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