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Parada LGBT de SP pede mais representatividade nas eleições de 2018

#VoteLGBT apresenta candidatos LGBT e pró-diversidade para os cargos Executivos e Legislativos desde 2014.

Lucas Galdino, Do Gay1 SP

Faltam menos de dois meses para a 22ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, que toma conta da Avenida Paulista no próximo dia 3 de junho de 2018. Como de costume, o evento levanta anualmente uma bandeira específica, como tema da manifestação. Em decorrência do processo eleitoral que vamos passar em outubro, a APOGLTB (Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo), ONG responsável pela organização do evento, escolheu o tema “Eleições” para esta edição, junto ao slogan “Poder para LGBTI+, Nosso Voto, Nossa Voz”. A decisão foi tomada junto a coletivos, outras ONGs LGBTs e militantes independentes. Confira mais no evento oficial do Facebook.

Além das eleições para Presidente, Governadores, Senadores e Deputados, a ideia de se levantar essa questão durante todo o evento, se baseia na falta de representantes LGBT no Poder Legislativo. “Ainda não nos enxergamos no espelho da política. No Congresso Nacional, dos 581 parlamentares, temos apenas um deputado assumidamente homossexual que defende as cores da nossa bandeira”, afirma a organização em nota.

#VoteLGBT

Um outro projeto também se destaca na luta por mais representatividade dentro do Congresso Nacional (e nas Assembleias Legislativas de cada Município): o Vote LGBT. O coletivo é uma organização não institucionalizada e autogerida que se dedica a campanhas pontuais, especialmente durante as eleições, mas também à construção contínua de um debate sobre a representatividade LGBT na política estatal brasileira.

Criado em 2014, o #VoteLGBT nasceu a partir de uma pesquisa sobre candidaturas LGBT e femininas realizada para a Revista Geni, encerrada em 2016. Após constatar a falta de apoio a essas candidaturas dentro dos próprios partidos, surgiu a ideia de promover a visibilidade a candidaturas que defendiam pautas LGBT.

Na primeira ação organizada pelo coletivo, foram localizadas mais de 250 candidaturas ao Senado, à Câmara Federal e às Assembleias Legislativas do Brasil inteiro que possuíam propostas pró-LGBT.

À época, o grupo disponibilizou a lista desses candidatos, separados por Estado e por Cargo concorrido (confira no antigo site do grupo). Após esse primeiro passo, o coletivo realizou uma pesquisa sobre o perfil político das pessoas que frequentaram a Caminhada de Mulheres Lésbicas e Bissexuais e a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo no ano de 2016.

Com a pesquisa em mãos, o #VoteLGBT se uniu a outros coletivos (feministas, LGBT e de direito à cidade) e criou o #MeRepresenta, uma plataforma que ajuda eleitoras e eleitores a escolher políticos pró-direitos humanos em todo o país, a partir das suas posições sobre direitos das mulheres, LGBTs e população negra.

Em 2017, o grupo voltou à marcha lésbica e às Parada de SP e BH para conhecer o perfil social e político dos participantes. Dentre os dados obtidos, em parceria com a Frente Autônoma LGBT, estão os de que 79,0% do público de São Paulo e 85,6% da capital mineira consideram as Paradas “festas políticas” e que as manifestações têm público cristão, de maioria negra. A maioria do público também acha que os políticos não representam os interesses da população LGBT.

Em 2018, o grupo já articula promover as candidaturas LGBT aos cargos do Executivo e Legislativo, além de também listar os candidatos pró-LGBT. Para acompanhar as atividades do #VoteLGBT, siga o coletivo pelo Facebook e acesse o site oficial.

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