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Travesti de 18 anos é espancada por grupo e tem perna e braço quebrados em MT

Denise Soares

Travesti de 18 anos é espancada por grupo e tem perna e braço quebrados em MT

Julia Matos de 18 anos foi espancada por um grupo de pessoas e teve uma das pernas e um dos braços quebrados na agressão, ocorrida no sábado (11) no Bairro Bom Jardim, em Sinop, a 503 km de Cuiabá. De acordo com o Grupo Estadual Combate aos Crimes de Homofobia (GECCH), da Secretaria de Segurança Pública (Sesp/MT), a travestis foi agredida com facões e pedaços de madeira.

A vítima ficou internada em um hospital de Sinop e teve alta médica no domingo (12). Julia é moradora de Tabaporã, a 643 km de Cuiabá, e visitava amigos e familiares em Sinop. Ela estava com a cunhada e outras duas pessoas, indo a pé em direção a uma pastelaria.

Na ida ao estabelecimento, a vítima viu o grupo, de aproximadamente sete pessoas, olhar para ela e passar a ofendê-la.

A vítima e as amigas foram até a pastelaria e retornaram pelo mesmo caminho. Em uma esquina elas viram um dos integrantes do grupo com um facão na mão. Julia conhece o rapaz: eles conviveram na infância e perderam contato. Ela diz que nunca teve nenhum desentendimento com ele e afirma desconhecer os motivos das agressões.

Julia disse que levou facadas na perna e agressões em diversas parte do corpo, até que conseguiu fugir.

As amigas levaram a vítima até o hospital, onde os médicos constataram que Julia teve fratura no braço esquerdo e na perna direita. Ela ficou internada e precisará passar por cirurgia, já que levou facadas na perna e nos braços. A facada no peito atingiu o pulmão da vítima.

Investigação

Segundo o major Ricardo Bueno, secretário do GECCH, um boletim de ocorrência foi registrado como tentativa de homicídio. Para ele, fica claro a motivação por transfobia. A Polícia Civil de Sinop abriu uma investigação e já identificou o rapaz que iniciou as agressões.

“Ela [a vítima] passou a se vestir de travesti há pouco tempo. O rapaz que começou as agressões é conhecido dela e passou a xingá-la de veado. Pelos termos que ela colocou no boletim de ocorrência, ‘peguem o veado, vamos matar o veado’, fica claro a agressão por homofobia”, afirmou Bueno em entrevista ao site G1.

Conforme o GECCH, que acompanha a situação, Julia fará exame de corpo de delito. A Polícia Civil já começou a investigar e tenta localizar os agressões.

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