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Primeira vereadora travesti se afasta de cargo após ataques em Piracicaba

Do Gay1 SP

Foto: Thomaz Fernandes

Madalena pede afastamento de um mês da Câmara

A vereadora de Piracicaba (SP) Madalena (PSDB) anunciou nesta quinta-feira (15) que irá se licenciar do cargo por 30 dias por recomendações médicas. A parlamentar, que é a primeira travesti a ocupar cargo eletivo no município, trata de câncer de próstata e foi diagnosticada com um quadro depressivo depois de ter sofrido ataques racistas pela internet.

No lugar de Madalena, o suplente Gilmar Tanno (PSDB) vai assumir a função pelos próximos 30 dias. O período de afastamento da vereadora pode ser maior caso, mas a definição dependerá do resultado de exames médicos que serão feitos na semana que vem. Segundo sua assessoria, este resultado pode definir se a parlamentar passará por uma cirurgia ou se retomará sessões de quimioterapia.

Ameaças, doença e preconceito
Logo depois de eleita, em outubro de 2012, Madalena recebeu ligações anônimas e ameaças de pessoas que diziam que a matariam caso assumisse a cadeira na Câmara. O caso chegou a ser investigado pela polícia, mas ninguém foi indiciado pelo crime.

No dia da posse, em 1º de janeiro, a vereadora precisou ser levada da Casa de ambulância depois de desmaiar. Dias depois do ocorrido, Madalena explicou a razão para ter passado mal: lutava contra um câncer de próstata há alguns meses e o tratamento a debilitava.

O capítulo mais recente da série de problemas foi o ato racista de um portal na internet, que fez a montagem de uma foto da vereadora com o rosto de um chimpanzé.

De acordo com a assessoria da vereadora, tanto o oncologista que acompanha seu caso quanto o psicólogo com quem ela se consultou recomendaram o afastamento das funções e um período de repouso. Passado o mês, será avaliado se Madalena terá condições físicas e psicológicas de retomar suas funções.

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